O índigo é uma cor importante, tem códigos próprios e uma narrativa que viaja há séculos. Um pigmento misterioso no passado, foi decifrado, mas o encanto nele permanece. Tudo porque os tecidos saíam amarelos dos recipientes ao serem tingidos e, em contato com o ar, se tornavam azuis. A ciência explica o processo e esse azul ganha linguagem universal e atemporal.

 

 

Índigo do grego “indikon” significa, substância da Índia, referência à região de origem deste pigmento, principalmente com a Indigofera Tinctoria, uma das tantas variedades de plantas que ali crescem, assim como no Egito, Oriente Médio e América. Chineses e egípcios o conheciam há milhares de anos. Na própria Índia, relatos mostram seu uso em 600 A.C., chegando a Europa via Península Árabe e tudo seria intensificado com a descoberta do caminho marítimo para as Índias.

 

 

Muitos são seus significados. O azul era associado ao poder, ao infinito, à magia e à transformação. O tempo passou e seus conceitos ampliam-se, baseados em estudos, percepções e sensações.

 

No Sec. XVIII, a França ampliou sua aplicação têxtil e no século seguinte, tamanha importância adquirida em seu uso, o índigo é obtido sinteticamente em torno de 1880.  Período que irá coincidir com a criação do denim como tecido resistente para as roupas de trabalho, desenvolvidas por Levi Strauss.

 

 

O jeans tem uma história que atravessa o século XX e XXI, sendo sinônimo de durabilidade, irreverência, rebeldia e, acima de tudo, liberdade. Uma cor associada a um tecido que construiu um legado único: a permanência de sua existência se renovando em tempo integral e nunca esgotando as milhares de possibilidades criativas desenvolvidas. Seu protagonismo e versatilidade são reconhecidos e sua democratização está diretamente ligada à paixão de seu uso. 

 

O modelo 501 da Levi´s, mais do que ser um modelo jeans, pode ser considerado um grande recipiente de histórias que completa 150 anos. 

 

Para celebrar essa data, foi lançada a campanha “A Maior História Já Contada”, sendo o artista britânico Ian Berry, pioneiro no uso do jeans como meio artístico há mais de duas décadas, convidado para criar uma obra de arte especial para a ocasião do Fuorisalone 2023. Um painel de 10m x 6m, feito com colagens da 501 recicladas. Um espetáculo que compartilho aqui.

 

 

Um grande painel azul para lembrar a força do índigo o qual, associado ao jeans, ganhou o mundo e se tornou ícone de moda. Mostra o quanto é atemporal em seus inúmeros movimentos ampliando sua presença, uso e significados. Um universo azul está presente em infinitas marcas e continua fazendo história. Roupas, acessórios, decoração expressam sua ampla versatilidade e estilos. Lindo ver sua aplicação e as diferentes criações apresentadas. Criações que resgatam o tingimento em processo natural se tornam verdadeiras joias nas criações da artista Nao Yuasa.

 

 

Sua versatilidade e importância ampliam seu uso na decoração presente na nova coleção da Dell Anno. Atenção especial para a cor que compõe um estilo de vida contemporâneo na moda e no design. Dos espaços de work, home ou universo fashion, o índigo acompanha seu estilo personalizando seu ambiente, numa extensão natural do seu lifestyle, unindo moda e design naturalmente.

 

 

Uma cor milenar, eternizada em inúmeras criações e aplicações, renovando significados e presença. Sedutora, continua presente e sempre nos provoca, sejam pelas memórias afetivas que desencadeia em nossos sentimentos, seja pela sedução da inovação pelas novas formas que se apresenta.

 

Eterno em sua jornada sempre avança. O índigo blue se entrelaça com nossas próprias vidas e mostra a força de um futuro infinito.

“O azul é a mais profunda das cores, o olhar o penetra sem encontrar obstáculo e se perde no infinito. É a própria cor do infinito e dos mistérios da alma.” Israel Pedrosa